A 2a. Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas – ICID + 18, que será realizada em Fortaleza até a próxima sexta-feira, 20 de agosto, representa um marco para discutir os desafios e oportunidades existentes nas regiões áridas e semiáridas do planeta. Por isso, desde o primeiro momento, a FIEC tem se colocado ao lado dos realizadores do encontro, fazendo parte, inclusive, do Conselho Diretor da ICID + 18. A entidade entende que os resultados dos debates proporcionarão vários instrumentos relevantes para melhorar o conhecimento dos problemas e das potencialidades das diversas regiões, visando influenciar políticas públicas que levem em conta a questão das mudanças climáticas e a sustentabilidade ambiental.
Além do apoio institucional, a FIEC tem estimulado o empresariado local a se engajar nas discussões envolvendo o encontro. Tal esforço, no entanto, não parte de avaliação isolada, nem do voluntarismo de um pequeno grupo de empresários. O setor produtivo cearense já vem dando mostras de sua consciência ambiental, sobretudo nas questões climáticas, reconhecendo que nenhuma entidade séria pode se omitir de avaliar e articular as necessidades e oportunidades das regiões semiáridas do mundo, habitadas por cerca de dois bilhões de pessoas. Gente marcada, sobretudo, por indicadores de desenvolvimento humano que se traduzem em pobreza e miséria.
O semiárido brasileiro, predominante no sertão nordestino, é riquíssimo, tanto do ponto de vista dos seus recursos naturais, quanto das suas potencialidades. Representa, assim, área importante a ser olhada com mais cuidado, sob pena de nos próximos anos os efeitos para as futuras gerações serem catastróficos. É nela que prevalece um bioma exclusivamente brasileiro e único no mundo, a Caatinga, ocupando cerca de 10% do território nacional, com mais de 730.000 quilômetros quadrados. Um olhar mais atento revelará um lugar surpreendente, que abriga centenas de animais, plantas, invertebrados, e onde, sob sua influência, vivem mais de 25 milhões de pessoas nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais.
Essa riqueza, todavia, enfrenta sérios riscos de continuar existindo, haja vista que cerca de 70% de sua área foi alterada pelo homem. Como consequência, determinadas localidades vivenciam intenso processo de desertificação, fenômeno que influencia diretamente o aumento do êxodo rural. Menos de 2% se encontram protegidos em unidades de conservação, como a Associação Caatinga, instituição que desenvolve dezenas de projetos de proteção do bioma.
A FIEC e o setor industrial cearense, portanto, recebem com júbilo a ICID + 18. E esperam ansiosos que no final dos debates todos os atores envolvidos encontrem, em aliança, alternativas de mitigação dos problemas ambientais, determinantes para melhorar a qualidade dos recursos naturais e promover o desenvolvimento sustentável do nosso planeta.
* Artigo publicado originalmente no site da FIEC (Federação das Indústrias do Estado do Ceará) e reproduzido neste ite com autorização do autor.