Muitos leitores de hoje não sabem o que foram os “Marianos”. Não eram time de futebol nem bloco de Carnaval. Eram homens que tinham uma devoção especial a Maria e procuravam imitá-la, sendo úteis de verdade a seu próximo.


Quem inventou essa categoria de próximo? Foi Cristo, o filho de Maria da Galileia, que veio ensinar os homens a viver como irmãos.


O maior desejo de Cristo era que as pessoas se amassem fraternalmente e assim passassem a vida se ajudando e querendo bem uns aos outros. Os Marianos procuravam ter essa vida de maior amor ao próximo, exercendo sua profissão com honestidade e competência. Todos os sábados se reuniam para estudar o evangelho e refletir sobre como viver como cristãos.


Com esse espírito de fraternidade, algumas famílias de marianos, que moravam no mesmo quarteirão de um subúrbio de Fortaleza, resolveram que se ajudariam, quando costumeiros ladrões aparecessem à noite em alguma das casas. Um apito seria usado para chamar os vizinhos. Certa noite ouviu-se um apito forte. Todos correram com lanternas e trancas de portas na mão. – “Cadê o ladrão?” – “Saiu correndo pelo terreno baldio!” Foram todos procurar o ladrão e nada viram. – “Vamos embora. Ele não está aqui!” Ouviram então uma voz abafada: “Por favor, não vão embora; me tirem daqui!” – “Quem está falando? Onde você está? “Perguntou um dos marianos”. – “Eu sou o ladrão”. Caí numa cacimba! Me ajudem, pelo amor de Deus!”.


Todos estavam com sono e tinham que trabalhar no dia seguinte. Alguns não estavam dispostos a ajudar ladrão. Foi quando um dos homens falou: “Quando Cristo morria na cruz, só quem teve pena dele foi um ladrão.” Alguns começaram a pensar alto: “Como vamos poder ajudar esse coitado?”.


Numa construção distante, os Marianos pediram ao vigia uma escada emprestada. Tiraram o ladrão da cacimba. Juntaram o dinheiro que tinham no bolso e colocaram na mão do ladrão. Um Mariano lembrou-se do que Cristo teria dito: “Vá em paz e não peque mais.”


* Artigo publicado em 30.09.2010 no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização do autor.

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