O jogo é um assunto difícil, pois mesmo jogando com moderação e somente de vez em quando, é um desperdício de dinheiro, mas não necessariamente algo ligado ao “mal”. As pessoas desperdiçam dinheiro em todo o tipo de atividades. Jogar é desperdiçar dinheiro tanto quanto ver um filme (em muitos casos), gastar em uma refeição cara ou comprar algo de que não precisamos. Ao mesmo tempo, o fato de se desperdiçar dinheiro em outras coisas não justifica que joguemos. Não deveríamos.


Os cassinos usam todo o tipo de estratégia de marketing para atrair o jogador, para que arrisque todo o dinheiro que puder. Frequentemente oferecem bebidas a preços baixos ou mesmo de graça, levando os frequentadores à embriaguez, para que diminuam sua capacidade de tomar decisões sensatas. Tudo em um cassino é perfeitamente engendrado para tomar o dinheiro em grandes quantidades, sem nada oferecer em troca, exceto prazer vazio. As loterias tentam passar a imagem de que ajudam a sustentar a educação e programas sociais. Entretanto, estudos mostram que os que jogam na loteria geralmente são aqueles que menos têm dinheiro para gastar nos bilhetes. O apelo do “enriquecimento rápido” é uma tentação forte demais, e aqueles que estão desesperados acabam não resistindo. As chances de levar o prêmio são infinitas, o que resulta em ruína para muitas vidas.


Os jogos de azar com habilidade são aqueles que exigem um certo conhecimento e técnica por parte dos jogadores. Nessa categoria, temos os jogos de cartas, como o Pôquer e o Truco.


Já os jogos de puro azar, são os bingos, os dados, as loterias e as máquinas caça-níqueis, pois, nesses jogos, o fato de você ganhar ou perder não depende de uma habilidade específica.


Em muitos casos, os jogos de azar são determinados pela probabilidade de resultados favoráveis ou desfavoráveis. O fator preocupante nessa história é que muitas pessoas não sabem o momento de parar de jogar, e acabam perdendo tudo nas mesas de jogos ou em loterias praticamente impossíveis de se ganhar.


Os primeiros jogos de azar que temos conhecimento na história foram os dados. Esses pequenos objetos foram encontrados em 1920 por Sir Leonard Wolley, nos túmulos reais de uma civilização sumeriana.


Certos líderes políticos justificam os jogos de azar com a alegação de que muitas obras sociais são realizadas com o dinheiro arrecadado dos jogos. Entretanto, deve-se notar que os governos, ao promoverem as loterias, apelam para uma das qualidades humanas mais baixas: a ganância. Na verdade, estão contribuindo para a corrupção, e não para a melhora da vida humana. Não se pode ignorar que a maioria dos apostadores é composta por pessoas pobres, que, na ânsia de ganhar, arriscam o leite e o pão de seus filhos. Com isso, prejudicam os que lhes são caros. Além disso, a ganância que envolve a jogatina é uma das causas primárias de grande parte dos crimes e da violência, que estão associados com sérias operações.


Rossana Brasil Kopf é psicanalista e advogada

 

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