O Movimento em Favor da Vida e Não Violência, do Ceará, que realizou no final de maio em Fortaleza o Seminário “Legalização da Maconha: A Porta de Entrada para Outras Drogas”, foi uma das entidades a participar da audiência pública ocorrida no último dia 2, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal, em Brasília, para discutir a experiência uruguaia de regulamentação do uso da maconha. A audiência foi marcada por protestos de representantes de diversas partes do País contrários à proposta de iniciativa popular (Sugestão 8/2014) sobre a regulamentação do uso recreativo, medicinal e industrial da maconha no Brasil.

 

O encontro, presidido pelo senador Cristovam Buarque, contou com a presença de Julio Heriberto Calzada, Secretário Nacional de Drogas do Uruguai. Ele admitiu que a legalização da maconha pode aumentar o número de consumidores da droga. Ressaltou, porém, que mesmo com o risco da elevação do consumo, a redução da criminalidade e mudança no padrão de consumo da droga representam pontos positivos.


Jefferson Vale, representante do Movida, considerou válida a participação do movimento na audiência onde puderam se manifestar em peso, mas de forma pacífica, contra as argumentações pró-legalização. “Várias pessoas se manifestaram contra a legalização, entre eles, Eduardo Girão, também do Movida, que colocou de forma clara a opinião da maioria da sociedade brasileira que é contra a legalização”, disse Jefferson.  Girão enfatizou na audiência que a experiência uruguaia não pode servir para o Brasil uma vez que o país vizinho “tem outros parâmetros políticos, sociais, culturais e econômicos”.

 

O ex-deputado federal Luiz Bassuma (foto, de barba) reforça o argumento, esclarecendo que “o caso brasileiro, com mais de três milhões de usuários, é mais complexo que o uruguaio, que regularizou o plantio e o uso da maconha.” Em entrevista à Agência Senado, Bassuma disse ainda que é um risco a aprovação de projetos que facilitem o consumo da droga, por considerar que a medida “teria reflexo direto em crianças e adolescentes, sendo incorreto regulamentar seu uso em nome de uma guerra contra o narcotráfico.”


Já Nazareno Feitosa, da Polícia Federal, alertou que  a liberalização é um erro, por resultar no maior consumo da droga, “que causa alienação, perda de vínculos com escola e desagregação familiar”. Em entrevista à TV Senado, ele aprofundou a argumentação.  Assista: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=dnbz23-SY-A

Atuação do Movida


A participação do Movida na mobilização nacional contrária à legalização da maconha no Brasil vem se intensificando desde o final de maio com a realização do Seminário “Legalização da Maconha: A Porta de Entrada para Outras Drogas”, no último dia 29, no auditório da Federação das Indústrias no Estado do Cearaá (FIEC). Jefferson Vale destaca que “ as questões de cunho social, psicológico, problemas de segurança nacional e regulamentação” foram abordados no encontro. Um dia antes, na Assembléia Legislativa do Ceará, o Movida também foi teve papel importante na audiência pública para tratar do tema.


Contato: Movida – (fone: 85 3244 1094)


Com informações do Movida e da Agência Senado / Fotos: Geraldo Magela-Agência Senado

 

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