Encerramos nossa série de matérias “Esperança”, conhecendo a história de Maria Eleni, 58, e Sávio Bezerra, 44, que tiveram a alegria de voltar para suas casas e suas rotinas após muitos dias de batalha contra a Covid-19.

 

Maria Eleni, recepcionista hospitalar, afirma otimista que um dia contará seu depoimento para seus bisnetos:

Foi em fevereiro de 2021. Senti uma leve indisposição esquisita, tomei dipirona durante três dias. Fui para um plantão com uma demanda na área respiratória (Covid). Transitar entre os pacientes, autorizar tomografias e internações sempre me dava uma certeza: não tenho medo, tenho fé e precaução com os cuidados necessários. No dia seguinte, senti um cansaço físico extremo, garganta irritada, estado febril constante, estado gripal acentuado, fui a emergência iniciando tratamento convencional. Quando finalizei, continuei com um estado que não me permitia andar. Retornei à emergência, a tomografia apontava um comprometimento pulmonar aproximadamente de 50%. Na internação, senti medo, uma fragilidade nunca experimentada, minha força física e mental estavam desaparecendo. Entre assistência médica e movimentos de socorro, quando a força física me deixou por completo, senti o sopro de vida do Criador, me resgatando, não pelo meu merecimento, mas somente pela sua graça e misericórdia e as forças espirituais, através das orações da família e dos amigos. Perdi dois amigos nesse meio tempo. Hoje sei que Deus me deu uma nova oportunidade”.

 

Já Sávio Bezerra conta que os sintomas surgiram no dia 30 de janeiro deste ano. “Comecei a sentir uma moleza no corpo e um pouco de febre. Então, já comecei a monitorar esses sintomas e por incrível que pareça, eu só sentia febre todos os dias. Não sentia cansaço, não sentia falta de ar, não sentia dor de cabeça, não perdi o olfato, nem o paladar. Mas a febre era insistente todos os dias. Tomei alguns remédios e passava rapidamente. Com o passar do tempo, mais ou menos, no décimo dia, a febre começou a ficar mais insistente. Aparecia duas, três vezes ao dia. Mas desaparecia com o remédio. Até que no décimo dia não passava mais, nem com o efeito dos remédios. Então, eu procurei a emergência, tomei um corticoide na veia, voltei para casa, mas assim que o efeito do remédio passava, a febre voltava. Até que na madrugada do décimo segundo dia, eu acordei às três da manhã, com 38,5º graus de febre, e a saturação, que até então, eu monitorava e estava normal, caiu repentinamente para oitenta e seis. Então, fui direto para o hospital e ali já fiquei internado, a partir do dia 11 de fevereiro. Fiquei nove dias internado, sendo três deles na UTI. E a partir do momento que eu usei o Elmo, que auxilia na recuperação dos pulmões, eu tive uma melhora significativa. Usei algumas vezes, e a partir do sétimo dia de internação, já sem necessitar de nenhum tipo de respiração auxiliar, o cateter foi retirado e dois dias depois, como a minha saturação e os outros parâmetros estavam bons, eu recebi alta e voltei pra casa”, comemora.

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