Seguindo uma tendência mundial em se buscar testemunhais, a campanha registra a reação das pessoas com um anúncio que proíbe crianças com deficiência de brincar em um parque. O impacto da mensagem é: “Se é absurdo proibir crianças com deficiência de brincar, imagina impedir de nascer”
“Parque impede criança com deficiência de brincar”. Você viu esse vídeo? Na última sexta-feira (17), uma publicação realizada pelo Movida (Movimento em favor da vida) passou a circular nas redes sociais. Em pouco tempo foi visto, compartilhado e comentado por mais de sessenta e oito mil pessoas em todo o país. Mas, o que ele tem assim de tão especial? Carregado de sensibilidade e preocupação, as imagens levam ao questionamento sobre a legalização do aborto. No Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, a discussão chega em momento oportuno, tendo em vista que o objetivo da data é conscientizar a sociedade sobre a importância da luta pelos direitos igualitários.
Seguindo uma tendência mundial em se buscar testemunhais, a campanha registra a reação das pessoas com um anúncio que proíbe crianças com deficiências de brincar em um parque. O impacto da mensagem é: “Se é absurdo proibir crianças com deficiência de brincar, imagina impedir de nascer”.
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve colocar em julgamento ainda nesse semestre uma ação em favor da liberação do aborto em mulheres grávidas que tiveram a zika. Contrário à ação, o Movida destaca que a questão levantada é preconceituosa e excludente, pois abre precedente para a seleção de gestação, principalmente, em casos como Microcefalia ou outros com algum tipo de comprometimento.
Campanha
A campanha que ganha cada vez mais espaço entre os internautas é uma ação do Movida que procura sensibilizar e esclarecer as pessoas sobre o tema. Marcel Pinheiro, publicitário e criador da peça, fala da surpresa em relação ao retorno rápido e positivo. “Queríamos que a campanha suscitasse a reflexão. Se uma só pessoa fosse levada a pensar sobre o tema, já teríamos atingido o nosso objetivo. E o que mais me surpreendeu não foi tanto a enorme quantidade de visualizações, mas sim a repercussão majoritariamente positiva. Praticamente não houve comentários negativos. O vídeo mostrou-se bem convincente”, comemora Pinheiro.
Em relação a montagem do vídeo, Marcel Pinheiro afirma que há uma tendência mundial em se buscar testemunhais, reações espontâneas das pessoas “É gente de verdade, tratando de problemas reais. É um modo diferente de fazer publicidade, em que não há muito o que se teorizar. A realidade fala mais alto que qualquer argumento”, avalia o publicitário.
Pinheiro também comenta sobre a importância em mobilizar a sociedade sobre discussões a favor da vida. A interrupção da vida, para ele, é uma atitude preconceituosa e esquizofrênica. “É senso comum que a sociedade precisa tratar melhor as pessoas com deficiência. Neste sentido, já existem vagas de estacionamento reservadas, rampas de acesso, elevadores. Curiosamente, algumas pessoas que defendem corretamente esta causa querem cercear o direto mais básico das pessoas com deficiência: o direito à vida. É o chamado aborto eugênico. Pretende-se matar crianças no ventre da mãe, caso os bebês não sejam perfeitos. É uma medida preconceituosa, de uma sociedade esquizofrênica que, ao mesmo tempo que diz defender as minorias, quer esmagá-las antes de nascer”, analisa Marcel.
Movida
A prática abortiva, explica o Movida, pode acarretar sérios danos à saúde da mulher, trazendo consequências como danos físicos e mentais. Segundo o movimento, estudos apontam um aumento no índice de ansiedade, depressão e suicídio. De acordo com o British Journal of Psychiatry (2011), o aborto aumenta em 34% o risco de ansiedade, em 37% o de depressão, em 110% o de alcoolismo e em 155% o risco de suicídio.
Com base nesses números e na missão de defender a vida da concepção até a morte natural, é que o Movida segue buscando conscientizar o maior número de pessoas. Na luta pela vida, por uma educação de qualidade, por um pré-natal eficiente e pelo bom acompanhamento médico e psicológico da gravidez. Para a instituição, somente assim a mulher será defendida, as que já nasceram e as que ainda vão nascer.
O coordenador do Movida, Fabiano Farias, cita os desafios para a causa pró-vida, em caso de legalização do aborto em mulheres infectadas pelo zika vírus. “Defender a vida é a nossa missão. Qualquer ataque a vida desde a sua concepção até o seu declínio natural, em qualquer âmbito da sociedade, representará para nós uma batalha a ser travada e vencida. Acreditamos que a sociedade vai reagir a esta proposição falaciosa e que a vida novamente vencerá este ataque”.
Para o ativista, a legalização do aborto abre precedentes para que se amplie a prática abortiva. “Na Islândia (Europa) não foi registrado nenhum nascimento de crianças com Down nos últimos cinco anos. Dinamarca, EUA e Reino Unido também tem metas semelhantes. Se imaginarmos a aprovação do aborto pelo Zika, não será difícil prever que quaisquer outras complicações que a criança venha a ter no útero da mãe serão pressupostos para que a mesma seja abortada e com isso aconteça a total legalização do aborto no País”, pontua Fabiano Farias.
O coordenador também comenta sobre o vídeo com a última campanha em defesa da vida, realizada pelo movimento. “O vídeo consta com mais uma das ações, visando sensibilizar e esclarecer o país das graves ações contrárias à vida em vigor. Este experimento social trouxe às pessoas uma clara e profunda reflexão sobre defesa da vida neste contexto que estamos enfrentando. Desde a postagem do vídeo nas redes sociais, na última sexta-feira, já contamos com mais de 68 mil visualizações e isso nos projeta um cenário favorável à defesa da vida por parte do povo brasileiro. Nosso povo é a favor da vida e neste contexto devemos com cada vez mais vigor fazer ser escutada a voz daqueles que não podem falar: A vida não tem defeito!”, esclarece Fabiano Farias.